QUINTA DO PILOTO MOSCATEL ROXO DE SETUBAL SUPERIOR 2011



     O Moscatel de Setúbal é um vinho generoso reconhecido desde 1907 como Denominação de Origem Controlada. Reconhecido há mais de um século, mas a verdade é que só a partir de meados dos anos 80 é que se começou efectivamente a olhar para este vinho fortificado com outros olhos. Eram descritos como sendo pouco limpos de aspecto, de aromas pesados e de boca pouco elegante e chata. E como sabemos, é essencial a um vinho uma boa acidez pois esta vai ajudar a definir o seu paladar, frescura e capacidade de conservação e envelhecimento. Mas hoje tudo é diferente. O numero de produtores diversificou-se em quantidade e o Moscatel de Setúbal melhorou em qualidade. São cada vez mais os apreciadores deste néctar e estes, cada vez mais informados e esclarecidos, procuram sobretudo especialidades, Moscatéis com indicação de ano de colheita, com indicação de 5 ou mais anos de estágio, com diferentes aguardentes utilizadas na sua concepção, com origem em solos arenosos ou argilo-calcários, de vinhas plantadas no concelho de Palmela, de Setúbal, do Montijo ou da freguesia do Castelo em Sesimbra...
     Elaborado a partir da casta Moscatel, a única casta da qual a uva cheira àquilo que sabe, podemos apreciar distintamente por estas terras, o Moscatel de Alexandria (variedade branca da casta) e o Moscatel Roxo (variedade tinta da casta). O vinho hoje provado é um exemplar de Moscatel Roxo da Quinta do Piloto do ilustre ano 2011. A quinta foi fundada por Humberto Cardoso no inicio do século XX e, juntamente com outras duas herdades, a família Cardoso chegou a ser um dos maiores produtores de vinho da região com 500 hectares de vinha. Mas sempre vendeu vinho a granel a empresas da região até ao advento da quarta geração da família, com Filipe Cardoso à frente da empresa e da própria enologia. Com ele nascem os vinhos de marca própria da Quinta do Piloto em 2008.
     Este Moscatel Roxo de bela cor topázio, alambreado, revela-se doce no nariz, com notas de calda de laranja, fruto em passa, um leve e curioso toque a ginja. Paladar de média complexidade, equilibrado. Final de boca macio e elegante. Retronasal a figo seco. Um Moscatel que dá nas vistas pela qualidade do seu conjunto.
(Nota 17) 17º álcool 

     

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