D.O.C. TRÁS-OS-MONTES


     A DOC Trás-os-Montes é uma região bastante heterogénea. Se percorrermos alguns quilómetros por estas terras verificamos que a paisagem muda constantemente. Ora estamos num planalto, facilmente passamos para um vale ou começamos a subir uma colina. E é neste cenário que encontramos vinha, tal como floresta, olival, amendoais, soutos de castanheiros enormes e outras árvores de fruto. Terra fértil e de micro-climas.
     A produção de vinha por estas terras não é recente. A atestar esta ideia estão os inúmeros achados arqueológicos na região, lagares do período pré-romano escavados em rocha granítica. Por outro lado e ao nível da viticultura, encontramos vários produtores que possuem vinha velha, alguma mesmo centenária. Agora o que eu acho relativamente recente é o interesse demonstrado pelos enófilos por estes vinhos, talvez um pouco cansados dos sabores e paladares dos vinhos de regiões portuguesas mais em voga, mas certamente porque procuram vinhos diferentes, de Terroirs originais e pouco explorados.
     Actualmente existe um conjunto de bons produtores desta região. Como a Adega Cooperativa do Rabaçal em Rebordelo, concelho de Vinhais. Provei o Seixedo Reserva tinto 2014 e o Encostas do Trogão Reserva tinto 2015. Notas de prova? São estranhamente dois vinhos muito semelhantes, mesmo sendo de anos diferentes. E de enólogos diferentes... Apesar de tudo gostei mais do segundo, mais afinado, equilibrado e melhor em boca. Mas ambos são vinhos com bastante cor, aromas de uma fruta muito cativante, acidez no ponto, muito frescos e minerais. Ideais para a mesa. E na mesa, com carnes vermelhas, caça ou com queijos de pasta mole. Procurem incluir vinhos desta região nas vossas escolhas. Vão ter boas surpresas.
(nota 14 - Seixedo, 14º)
(nota 15 - Encostas do Trogão, 14,5º)


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