RAMOS PINTO TINTA DA BARCA DOURO 2016

     Tinta da Barca, casta resultante do cruzamento da Rufete com a Touriga Nacional provavelmente no século XIX, que é como quem diz cruzamento da Beira Interior com o Douro. Com origem na Quinta da Ervamoira na Muxagata (Douro Superior) onde a Ramos Pinto tem cerca de 50.000 pés plantados, revela-se muito sedutor no nariz, com notas exuberantes de ameixa preta e chocolate. Boca vigorosa, complexa, quente, reflectindo o Terroir do vale do Côa, mas sem ser madurão e sem apresentar notas de compota. Longo final que poderia ser ainda de maior prazer se tivesse mais frescura. O xisto irradia calor solar o que não permite conferir evidentes notas de mineralidade ao vinho. A juntar a isso, a Tinta da Barca enologicamente é deficitária em acidez. Talvez seja esse, a meu ver, o Calcanhar de Aquiles desta casta. Mas é sem dúvida um grande vinho, original, "único", e que me deu imenso prazer a beber.

15º vol. (Nota 17)